Obrigado Por Visitar Cão Amigão!

Nosso objetivo é ajudar entender a psicologia canina e técnicas de adestramento, para ajuda-lo ser um bom dono(líder) e conquistar o respeito e atenção do seu amigão. Sua participação é muito importante para melhorar o conteúdo do site. Partícipe!!!


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mitos e Verdades Sobre a Castração.

A castração (cirurgia que consiste na remoção dos testículos no caso dos machos – orquiectomia - e dos ovários e útero nas fêmeas ovário histerectomia) ainda é um assunto bastante polémico para os proprietários de animais de estimação, ficando muitos deles escandalizados quando o veterinário a aconselha. Está associada à imagem de cães e gatos gordos e letárgicos, "cirurgia cruel", "mutilação do animal",etc…

Mas…
Já reparou na quantidade de cães que andam pelas ruas?
Já parou para pensar na quantidade de doenças (as chamadas zoonoses) que eles podem abrigar e posteriormente transmitir aos seres humanos?

E o problema não se resume somente aos animais que já estão nas ruas. O problema real é o aumento desta população, sendo este aumento determinado não somente pela reprodução destes animais, mas também pelo acasalamento indesejado de animais que possuem dono. Muitos proprietários, não tendo conhecimento nem condições de lidar com as constantes ninhadas nascidas em sua casa, recorrem ao abandono dos cachorrinhos e gatinhos, contribuindo para o aumento da população de animais vadios, flagelo que todos conhecemos.

O que fazer? 
Ser conivente com os serviços, ou adoptar uma política consciente de castração? É preciso desvendar o que há de falso e verdadeiro sobre a castração e deixar os preconceitos sobre esta cirurgia de lado. De seguida desvendo os mitos mais frequentes sobre esta cirurgia, esperando esclarecer.

"A castração deixa o animal gordo"
Falso. A castração pode causar aumento do apetite, mas se a ingestão de alimento for controlada e o dono não ceder às vontades do animal, o peso será mantido. Observa-se que animais castrados antes de completar 1 ano, apresentam menos sinais de aumento de apetite e menor tendência a se tornarem obesos. A obesidade após a castração é causada, na maioria das vezes, pelo dono e não pela cirurgia.

"A castração provoca uma mudança de comportamento nos animais”
Falso. É da crença popular que os animais castrados ficam mais mansos e preguiçosos. O animal ficará letárgico após a castração apenas se adquirir muito peso. Gordo, ele se cansará facilmente e não terá a mesma atividade.

A letargia é consequência da obesidade e não da castração em si. Vários trabalhos tem sido feitos, comparando em competições o comportamento e performance dos animais inteiros com animais que foram castrados após a puberdade: quando receberam a mesma alimentação e cuidados que os animais inteiros, não mostraram nenhuma diferença. Por outro lado, em relação à "vadiagem", ou seja, ao facto dos animais (principalmente os machos) fugirem constantemente de casa, procurando fêmeas no cio ou brigas com outros machos, provouse que estes hábitos diminuem em 90 % dos casos após a castração, além de que esta reduz consideravelmente a agressão entre machos e a marcação de território com a urina. Vale a pena ressaltar que outros tipos de agressividade, principalmente no caso doscães de guarda, não são afectados: alguns proprietários acham que os cães de guarda não devem ser castrados, mas a castração não afecta os instintos naturais de um cão para proteger a sua casa e a família. Não se esqueça também que os animais na fase adulta vão, gradativamente, diminuindo a sua actividade, não devendo este facto ser associado erroneamente à castração.

"A castração mutila o animal, é uma cirurgia cruel!"
Falso. A cirurgia é simples e rápida e o pós operatório bastante tranquilo, principalmente em animais jovens. É utilizada anestesia geral e o animal retoma a sua atividade normal 24 horas após a cirurgia. Não há nenhuma consequência maléfica para o animal que continua a ter uma vida perfeitamente normal.

"A castração evita os tumores de mama nas fêmeas e os problemas de próstata nos machos"
Verdadeiro. O tumor mais comum de cadelas sexualmente intactas, é o tumor de mama. Ele é o segundo tumor mais frequente em cadelas e o terceiro mais comum em gatas. Está provado que a sua incidência cai para 0,5 % quando a cadela é castrada antes do primeiro cio. Já nas gatas, a ocorrência de tumores de mama é sete vezes maior em fêmeas não castradas do que nas castradas. Além dos tumores de mama, a 
castração precoce previne virtualmente quase todos os outros tumores relacionados com o sistema reprodutor, tanto nos machos como nas fêmeas, assim como outras doenças do sistema reprodutor. Por exemplo, uma doença muito comum em cadelas e gatas, principalmente naquelas que receberam hormonas para evitar o cio (pílulas anticoncepcionais), é o Complexo Hiperplasia Endometrial Quística / Piómetra 
(grave infecção uterina), doença que se não for tratada a tempo, ou seja, se não for realizada a ovariohisterectomia (extracção dos ovários e útero), pode levar à morte. Em relação aos machos, está provado que depois de castrados, têm menosprobabilidades de desenvolver problemas de próstata e tumores testiculares.

"O macho castrado não tem interesse pela fêmea"
Falso. Muitos machos castrados continuam a ter interesse por fêmeas, embora ele seja menor comparado a um animal não castrado. Se o macho é castrado e há uma fêmea no cio na casa, ele pode chegar a cruzar com ela normalmente, sem que haja fecundação.

"Castrando os machos eles deixam de urinar pela casa"
Verdadeiro. Uma característica dos machos é demarcar o território com a urina. Se o macho, cão ou gato, for castrado antes de um ano de idade, ele não demarcará território na fase adulta. A castração é indicada também para animais adultos que demarcam território urinando pela casa.

"Deve-se castrar a fêmea após ela ter tido crias"
Falso. Ao contrário do que alguns pensam, a cadela não fica "frustrada" ou "triste" por não ter tido filhotes. Se considerarmos a prevenção do cancro de mama, como foi dito anteriormente, o ideal é castrar o quanto antes.

Resumindo:


Porquê castrar os machos?

  1.  Evitar fugas.
  2.  Evitar o constrangimento de cães "agarrando" as pernas ou braços das visitas.
  3.  Evitar demarcação do território (urinar pela casa).
  4.  Evitar agressividade motivada por excitação sexual constante.
  5.  Evitar tumores testiculares e problemas de próstata.
  6.  Controlo populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.
  7.  Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças).

Um macho que sente por perto uma fêmea em cio, pode demolir portas e saltar vedações, vagueando pela rua à procura de uma fêmea. Os animais castrados fogem menos de casa e com isso levam uma vida mais segura, sem os perigos da vida na rua, para os quais um animal habituado a estar em casa não está
preparado, inclusivamente com o risco de ser atropelado ou apanhado pelos serviços da câmara (já agora fica aqui um conselho: coloque sempre na coleira do seu animal uma identificação com o seu telefone; se ele for apanhado poderão contactá-lo, evitando assim a eutanásia provável do animal, caso ele não seja encontrado ). A castração diminui também as brigas com cães vadios reduzindo assim o risco de ferimentos e infecções e a possibilidade de contração de doenças transmissíveis. Além do perigo do passeio pelas ruas, existe o risco do seu animal macho cruzar com alguma fêmea da rua, o que, sem contar com o aumento da população de animais vadios, comporta o perigo da transmissão de doenças venéreas. Uma doença venérea muito comum nos cães é um tipo de tumor maligno (tumor venéreo transmissível).


Porquê castrar as fêmeas?

  1. Evitar os acasalamentos indesejáveis, principalmente quando se tem um casal de animais de estimação.
  2. Evitar os tumores de mama.
  3. Evitar piometra (grave infecção uterina) em fêmeas adultas.
  4. Evitar episódios frequentes de "gravidez psicológica" e suas consequências, como as mamites.
  5. Evitar os desagradáveis cios.
  6. Controlo populacional, evitando o aumento do número de animais vadios
  7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças)

É errado o conceito de que a castração só deve ser feita em cadelas de rua. Se o proprietário não tem intenção de acasalar a sua fêmea, seja ela de raça ou não, é desnecessário enfrentar-se com os incomodativos cios a cada 6 meses, riscos de gravidez indesejável e, principalmente, de doenças como tumores de mama e piometras. A castração resulta numa fêmea mais limpa em casa. Todos os proprietários de fêmeas sabem como é incomodativa a hemorragia que ocorre no cio. Removendo os ovários e o útero da sua cadela este problema é eliminado.A castração garante uma vida adulta bastante saudável para os animais e bem mais tranquila para os seus donos.

Fonte: animalmed